|A Mulher do 31| Estender as Mãos
Foto: Ana Filipa Oliveira |
Quando vivemos em piloto automático, fazendo o que é próprio da nossa rotina, tentando despachar aquilo que é para fazer... raramente estamos despertos para o que se passa à nossa volta. Se vivemos nesse corre corre, nesse frenesim, torna-se quase impossível apercebermos do estado das pessoas ao nosso redor. Para nos darmos conta do que se passa à nossa volta e do estado das pessoas ao nosso redor precisamos, sem dúvida, estar atentas e sensíveis.
Por vezes há pessoas com muitas posses, ou com um estatuto que nos afasta o pensamento de que estejam a necessitar de algo. Por vezes há pessoas com um sorriso rasgado, com o qual escondem um coração em pedaços. E tantas vezes nós não temos a sensibilidade para notar isso mesmo.
Quando pensamos ajudar os pobres, os necessitados e os aflitos, pensamos em dar dinheiro. Mas muitas vezes a pobreza, a necessidade e a aflição são de outra ordem... mesmo quando o que lhes falta é dinheiro.
Das reportagens que já vi, e dos testemunhos pessoais que já ouvi... mesmo o pobre de rua, ao qual lhe falta dinheiro para ter um tecto, para comprar roupa e tristemente para fazer face as necessidades básicas, como comer... mesmo esse, o que lhe faz abrir-se um sorriso no rosto e que lhe aquece o coração é o carinho daqueles que noite após noite deixam o seu conforto para lhes distribuir comida e agasalho, e que se dirigem ao ser humano que ali está, digno de consideração como qualquer outro ser... não vêem o sem abrigo, mas o António, o José, o Manel... e a Maria, que ser sem abrigo não é só um caso masculino.
A Mulher do 31 é mulher de boa vontade. É atenta às necessidades à sua volta, do foro monetário, psicológico, emocional... e é generosa, oferecendo o que de melhor tem... a sua mão para acarinhar, a sua mão para trabalhar, a sua mão para oferecer...
Quem não sabe quem é a verdadeira Mulher do 31, um dia saberá. Ainda não sou eu! Mas é exemplo para mim.
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