Melides: Do Trance e Da Praia
De Lisboa a Vendas Novas para Comer Bifanas
Selecionámos no nosso GPS algumas opções: não pagar portagens e não usar autoestrada, o mesmo que dizer que fomos por estradas nacionais e caminhos ainda sem nome. Como já vos tinha contado em A Nossa Experiência Indie Campers partimos em duas autocaravanas. Deixando as nossas casas para trás no concelho de Vila Franca de Xira, o destino foi primeiramente Vendas Novas. Consta que as melhores bifanas come-se por esta terra. Fomos testar se era mesmo verdade.Pronto, confesso que não posso armar-me em crítica gastronómica desta especialidade, porque em geral não é algo que coma frequentemente. Registo apenas que realmente o estabelecimento em que fomos servidos estava cheio de gente, que tivemos de esperar um pouco por uma mesa, além disso houve quem repetisse. Acho que é sinal de que a bifana de Vendas Novas é boa!
À mesa, entre uma dentada no pão e mais um golo de sangria, decidiu-se que a próxima meta seria Melides, uma freguesia do concelho de Grândola no Alentejo. Segundo consta, nos últimos anos tem vindo a ser muito procurada para compra de montes alentejanos e casas de praia. Nada de estranhar para uma região que fica a uma hora e meia de carro de Lisboa através de auto estrada. Para além disso ainda tem o CCL Melides, um parque de campismo bem equipado e com muita animação, que de certo atrai um bom número de famílias.
Trance: A Nossa Banda Sonora (Noturna e Diurna)
Chegados a Melides ouvia-se música popular vinda do parque de campismo, que estava bem iluminado e com bastante trânsito na área de entrada, do qual fugimos para perto da praia. Aí procurámos um lugar para pernoitar. Fizemos algumas voltas ao parque de estacionamento que nos parecia uma boa escolha, mas sem sucesso. Acabámos por encostar, uma autocaravana atrás da outra, na beira de uma estrada empoeirada, onde já havia outros veículos.Saímos e fomos a dois restaurantes ainda abertos ali perto. Para nossa infelicidade os sanitários estavam oficialmente estragados. Não usei os ditos, mas comi um gelado na esplanada. Enquanto isso, ouvia a música vinda de uma guitarra dedilhada por um dos novos hippies que restara de um grupo que tinha jantado por ali.
Já aí começámos a perceber que o ambiente não era de todo dito para famílias, com criancinhas. E mais certos ficámos ao longo da noite e ao amanhecer. Durante toda a noite e dia ouvia-se a bom ouvir música trance. Não me dei ao trabalho de ir saber do que se tratava. Apenas via pessoas a ir para lá e para cá, uns bem alegres, outros sem o manifestarem, mas sempre na mesma direção.
A primeira a acordar...e a acordar-me. Enquanto a restante família começa a pensar no assunto, nós fomos explorar os arredores. |
Esta foi das primeiras fotografias que tirei para o Instagram. Gosto tanto desta luz suave e ao mesmo tempo reveladora. |
Parece que não sou a única a sentir-me uma privilegiada e encantada com o contacto íntimo com a natureza neste tipo de viagens!? |
Até as sandálias dela, compradas pela avó, nos remetem para a natureza. Bem que ela lhes deu uso nestas férias cheias de aventuras. |
A Acordar ou a Ir Agora para a Cama?
A Mariana acordou bem cedo. Talvez umas sete e pouco. E com ela, acordei eu, claro. Afastámos as cortinas e vimos um céu limpo, com apontamentos dos ramos de uma árvore próxima de nós. Não sei quem estava com mais ansiedade de explorar a zona, se ela, se eu.
Saímos da carrinha e, na nossa, ainda ficou o mano e o pai a dormir. Na carrinha atrás estavam os avós e os tios, e não se ouvia barulho. Deixámos então as duas autocaravanas para trás e fomos em direção à praia. Fomos espreitar se era muito longe, e também quais as possibilidades que tínhamos para nos entretermos até que todos acordassem: um parque infantil, um café aberto...!? "Pronto, ok, vamos buscar as nossas coisas para aproveitar a praia."
No regresso à autocaravana vimos a nossa vizinha acordada a lavar os dentes. Pensei: "Estará a acordar, ou irá agora para a cama?" Mais à frente, um avozinho alemão, com cabelos brancos longos sobre o seu colete de ganga, e os seus cães ao redor, acabou por entrar com eles para uma autocaravana à nossa frente. E a música não parava.
Saímos da carrinha e, na nossa, ainda ficou o mano e o pai a dormir. Na carrinha atrás estavam os avós e os tios, e não se ouvia barulho. Deixámos então as duas autocaravanas para trás e fomos em direção à praia. Fomos espreitar se era muito longe, e também quais as possibilidades que tínhamos para nos entretermos até que todos acordassem: um parque infantil, um café aberto...!? "Pronto, ok, vamos buscar as nossas coisas para aproveitar a praia."
No regresso à autocaravana vimos a nossa vizinha acordada a lavar os dentes. Pensei: "Estará a acordar, ou irá agora para a cama?" Mais à frente, um avozinho alemão, com cabelos brancos longos sobre o seu colete de ganga, e os seus cães ao redor, acabou por entrar com eles para uma autocaravana à nossa frente. E a música não parava.
Noite e Dia sem Licença
Avisámos a nossa gente onde nos poderia encontrar, e o avô e a avó foram connosco até ao areal. Estendi as toalhas, mas quase nem as usámos. A Mariana queria água. Fui para junto do mar e comecei a observar. Apesar de apetecível, não via ninguém na água. Questionei-me, mas sem uma resposta clara para tal. Para a Mariana isso era indiferente, ela desfrutava da água nos pés, pela barriga e uns salpicos na cara. Passado mais ou menos uma hora estávamos de regresso ao nosso poiso.
O avô foi ter connosco à praia. Disse que era melhor procurarmos outro lugar para ficar. Saímos da praia os três, e enquanto estávamos a limpar os pés nos bancos de madeira, uma madrugadora como nós reclamava em voz alta: "Quero saber se têm licença para isto. Noite e dia. Às vezes anda aqui tanta GNR e agora não há um se quer. Se eu apanhasse aqui algum deles perguntava, se esta gente tem autorização para fazer esta barulheira sem parar." e nós sorríamos cúmplices, pois sabíamos bem do que ela falava.
O avô foi ter connosco à praia. Disse que era melhor procurarmos outro lugar para ficar. Saímos da praia os três, e enquanto estávamos a limpar os pés nos bancos de madeira, uma madrugadora como nós reclamava em voz alta: "Quero saber se têm licença para isto. Noite e dia. Às vezes anda aqui tanta GNR e agora não há um se quer. Se eu apanhasse aqui algum deles perguntava, se esta gente tem autorização para fazer esta barulheira sem parar." e nós sorríamos cúmplices, pois sabíamos bem do que ela falava.
Esta fotografia já foi tirada no regresso à autocaravana. O avô tinha ido ter connosco para dizer que iríamos partir para outras paragens. Uma horinha de praia já estava na conta da mãe e da pequena. |
Anda Cá Ajudar!
Tudo pronto para seguir viagem, partimos em direção à Lagoa de Santo André, mas antes parámos num café de beira de estrada para tomar o pequeno almoço. Enquanto comíamos as nossas torradas de pão alentejano, o meu sogro começou a conversar com um casal que se sentara numa mesa perto de nós. Conversa puxa conversa, acabámos por ir atrás do seu carro, que nos indicou o caminho.No meio da conversa deles ainda se meteu outra conversa, a de uma taxista que vinha entregar a chave de uma autocaravana que ficou avariada, e agora ia levar as duas turistas a Lisboa, mas estava com dificuldades em comunicar com elas. Pensando que eram alemãs ainda arrisquei ajudar, mas só falavam inglês. "Ó Kevin, anda cá ajudar!", que o marido é mestre em línguas e eu de inglês tenho medo rsrsrsrs
A primeira etapa da nossa viagem Indie Campers. |
E assim começou o nosso segundo dia! Nem sabíamos nós como ele ia acabar: com baixas médicas, sem jantar e impedidos de dormir no parque.
2 comentários
Há uns anos fiz campismo, agora ando a pensar em autocaravanas!
ResponderEliminarO Bec
Acho uma excelente ideia! Esta é a nossa segunda viagem, com autocaravanas diferentes, com circunstâncias familiares diferentes e países diferentes, e ficamos sempre a desejar mais.
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