O Amor em Forma Líquida
Expliquei ao médico da Mariana que estava praticamente sem leite nas mamas (técnicos da área da saúde disseram-me que é incorrecto dizer "peito" et voilá sou bem mandada) e ainda lhe disse que tinha de recorrer à fórmula. Ele nem por um minuto foi pelo caminho mais fácil... insistiu que eu precisava de beber mais água (muita água). Aconselhou-me a colocar uma garrafa de água em cada divisão da casa, para me ir abastecendo. Ainda me incentivou a deixar tudo e descansar. Que os familiares cuidassem da casa e do mais velho, para eu repousar! Segundo ele, o stress é prejudicial. Pois, mas a nossa família está a alguns milhares de quilómetros de distância. Portanto, há que fazer o melhor com os recursos disponíveis.
Ultimamente a Mariana tem recebido um biberão de fórmula ao final do dia, pois é nessa altura que a situação se torna mais problemática: não tenho quase leite nenhum e ela chora de desespero. Além disso ninguém consegue dormir profundamente de barriga vazia, certo? Ela também não.
Se me custa? Claro que sim. Como disse, tinha uma meta e estou com dificuldades elevadas para a atingir, o que me entristece... e custa, pois tenho que fazer uma gestão maior, ou mais controlada, do meu leite: extrair mais vezes, beber mais água/líquidos, (tentar) descansar mais, (tentar) comer melhor e no meio disto tudo conseguir manter a Mariana saciada, o que nem sempre é fácil. E porque é que ainda continuo nesta luta? Porque ainda há sinais de que é possível, que não está perdida. O facto da Mariana aumentar de peso é um óptimo indicador. Até quando? Não sei.
Mas, com leite materno ou com artificial, estes momentos são e serão sempre de intimidade (familiar) e permanecerão para sempre na nossa memória. (Mais que não seja através desta fotografia!)
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